Quando nos deparamos com a Enfermagem moderna, entendemos que as práticas hoje existentes são fruto do desenvolvimento de métodos e práticas que ao longo dos períodos históricos sofreram alterações.
Nas diversas civilizações, o conceito de cuidado parte a partir do instinto chegando a profissionalização do mesmo. Nesta breve reflexão veremos de que forma esta evolução se fez possível.
As práticas de cuidar
Surgiu do
desenvolvimento e evolução das práticas de saúde no decorrer dos períodos históricos, de acordo com cada civilização havia métodos de cuidar por instinto, no período paleolítico ( idade da pedra lascada) por exemplo onde as mulheres permaneciam em casa realizando atividades domésticas e cuidando dos filhos, e os homens saiam para a caça, já neste período o cuidado acontecia, uma vez que o homem preocupava-se com o alimento de sua família, por isso a associação do
trabalho de cuidar é totalmente feminista.
Existia um domínio do gênero
masculino ao misticismo ( morreu de algo que se apoderou dele uma forte prática religiosas
pelos sacerdotes dos templos neste período não existiam formação de um diagnóstico de doenças, o que existiam eram suposições de possessões espíritas, a doença era vista como um castigo Divino ou espírito ruim que se apoderou do corpo.
Neste período as doenças eram tidas como um castigo de
Deus ou resultavam do poder do demônio. Por isso os sacerdotes ou feiticeiras
acumulavam funções de médicos e enfermeiros. O tratamento consistia em aplacar
as divindades, afastando os maus espíritos por meio de sacrifícios.
Usavam-se: massagens, banho de água fria ou quente,
purgativos, substâncias provocadoras de náuseas.
Mais tarde os sacerdotes
adquiriam conhecimentos sobre plantas medicinais e passaram a ensinar pessoas, delegando-lhes
funções de enfermeiros e farmacêuticos. Alguns papiros, inscrições, monumentos,
livros de orientações política e religiosas, ruínas de aquedutos e outras
descobertas nos permitem formar uma ideia do tratamento dos doentes.
EGITO
As receitas médicas deviam ser tomadas acompanhadas da recitação
de fórmulas religiosas.
Pratica-se o hipnotismo, a interpretação de sonhos;
acreditava-se na influência de algumas pessoas sobre a saúde de outras.
ÍNDIA
Documentos do século VI a.C. nos dizem que os hindus
conheciam: ligamentos, músculos, nervos, plexos, vasos linfáticos, antídotos
para alguns tipos de envenenamento e o processo digestivo. Realizavam alguns
tipos de procedimentos, tais como: suturas, amputações, trepanações e corrigiam
fraturas.
O budismo contribui para o desenvolvimento da
enfermagem e da medicina. Os hindus tornaram-se conhecidos pela construção de
hospitais.
Foram os únicos, na época, que citaram enfermeiros e exigiam deles
qualidades morais e conhecimentos científicos. Nos hospitais eram usados
músicos e narradores de histórias para distrair os pacientes.
ASSÍRIA E BABILÔNIA
Entre os assírios e babilônios existiam penalidades para
médicos incompetentes, tais como: amputação das mãos, indenização, etc. A
medicina era baseada na magia - acreditava-se que sete demônios eram os
causadores das doenças. Os sacerdotes-médicos vendiam talismãs com orações
usadas contra ataques dos demônios. Nos documentos assírios e babilônicos não
há menção de hospitais, nem de enfermeiros. Conheciam a lepra e sua cura
dependia de milagres de Deus, como no episódio bíblico do banho no rio Jordão. "Vai,
lava-te sete vezes no Rio Jordão e tua carne ficará limpa".(II Reis: 5,
10-11)
CHINA
Os doentes chineses eram cuidados por sacerdotes. As
doenças eram classificadas da seguinte maneira: benignas, médias e graves. Os
sacerdotes eram divididos em três categorias que correspondiam ao grau da
doença da qual se ocupava. Os templos eram rodeados de plantas medicinais. Os
chineses conheciam algumas doenças: varíola e sífilis. Procedimentos: operações
de lábio. Tratamento: anemias, indicavam ferro e fígado; doenças da pele,
aplicavam o arsênico. Anestesia: ópio. Construíram alguns hospitais de isolamento
e casas de repouso. A cirurgia não evoluiu devido a proibição da dissecação de
cadáveres
JAPÃO
Os japoneses aprovaram e estimularam a eutanásia. A
medicina era fetichista e a única terapêutica era o uso de águas termais.
GRÉCIA
As primeiras teorias gregas se prendiam à mitologia.
Apolo, o deus sol, era o deus da saúde e da medicina. Usavam sedativos,
fortificantes e hemostáticos, faziam ataduras e retiravam corpos estranhos,
também tinham casas para tratamento dos doentes. A medicina era exercida pelos
sacerdotes-médicos, que interpretavam os sonhos das pessoas. Tratamento:
banhos, massagens, sangrias, dietas, sol, ar puro, água pura mineral. Dava-se
valor à beleza física, cultural e a hospitalidade. O excesso de respeito pelo
corpo atrasou os estudos anatômicos
ROMA
A medicina não teve prestígio em Roma. Durante muito
tempo era exercida por escravos ou estrangeiros. Os romanos eram um povo,
essencialmente guerreiro. O indivíduo recebia cuidados do Estado como cidadão
destinado a tornar-se bom guerreiro, audaz e vigoroso. Roma distinguiu-se pela
limpeza das ruas, ventilação das casas, água pura e abundante e redes de
esgoto. Os mortos eram sepultados fora da cidade, na via Ápia. O desenvolvimento
da medicina dos romanos sofreu influência do povo grego.
História da Enfermagem
Essa época corresponde ao aparecimento da Enfermagem como prática leiga, desenvolvida por religiosos e abrange o período medieval compreendido entre os séculos V e VIII. Período considerado
pela medicina como período Hipocrático ( destacando a figura de Hipócrates).
Hipócrates foi
considerado o pai da Medicina ou o pai das profissões da saúde, por dissociar a
arte de curar dos preceitos místicos e sacerdotais, através da utilização do
método indutivo, da inspeção e da observação. As práticas de saúde medievais focalizavam a influência
dos fatores sócio-econômicos e políticos do medieval e da sociedade feudal nas
práticas de saúde e as relações destas com o cristianismo. A abnegação, o espírito de serviço, a obediência e
outros atributos, não de conotação profissional mas sim sacerdotal. As práticas de saúde pós monásticas evidenciam a
evolução das ações de saúde e, em especial, do exercício da Enfermagem no
contexto dos movimentos Renascentistas e da reforma Protestante. Corresponde ao período que vai do final do século XII ao
início do século XVI. A retomada da ciência , o progresso social e intelectual
da Renascença e a evolução das universidades não constituíram fator de
crescimento para a Enfermagem.
Enclausurada em hospitais religiosos, permaneceu
empírica e desarticulada durante muito tempo, vindo a desagregar-se ainda mais
a partir dos movimentos de reforma Religiosa e das conturbações da Santa
inquisição. O hospital já negligenciado, passa a ser um insalubre
depósito de doentes, onde homens, mulheres e crianças utilizam as mesmas
dependências, amontoados em leitos coletivos. Sob exploração deliberada, considera um serviço
doméstico, pela queda dos padrões morais que a sustentava, a prática de
enfermagem tornou-se indigna e sem atrativo para mulheres de casta social
elevada. As práticas de saúde no mundo analisam as ações de saúde
e, em especial, as de Enfermagem, sob a óptica do sistema político-econômico da
sociedade capitalista. Ressaltam o surgimento da enfermagem como atividade
profissional institucionalizada. Esta análise inicia-se com a revolução
industrial no século XVI que termina com o surgimento da Enfermagem moderna na
Inglaterra, no século XIX.
Enfermagem Moderna
É na reorganização da instituição hospitalar e no
posicionamento do médico como principal responsável por essa reordenação, que
vamos encontrar as raízes do processo de disciplina e seus reflexos na
enfermagem, ao ressurgir da fase sombria em que esteve submersa até então. Naquela época, estiveram sob piores condições, devido a
predominância de doenças infecto-contagiosas e
à falta de pessoas preparadas para cuidar dos doentes. Os ricos continuavam a ser tratados em suas próprias
casas, enquanto os pobres, além de não terem essa alternativa, tornavam-se
objetos de instrução e de experiências que resultariam num maior conhecimento
sobre as doenças em beneficio da classe abastada. Conseguiu novamente posição de destaque com a atuação de
Florence Nigthingale na Guerra da Criméia no século XIX em 1854,
sendo que seus ensinamentos propagaram-se internacionalmente. Em 1887 surgiu um movimento realizado pelas enfermeiras
inglesas que almejavam alcançar reconhecimento oficial do governo em relação ao
curso e a melhorias das condições da profissão.
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