Que o mundo virou de cabeça para baixo depois da Pandemia de COVID 19 não há a menor dúvida. Diante dos aumento de número de casos em nosso pais e consequentemente o número de mortes alarmante, da falta de cuidado e de o mínimo de respeito de algumas pessoas que desacreditaram na doença desde seu início e a insensibilidade com a perda de familiares que se foram em decorrência da doença, só nos resta raciocinar o que será da Enfermagem pós-covid?
Para quem está na linha de frente e convive diariamente com pacientes que necessitam de cuidados em decorrência da doença, percebe que o estado agudo em que ela se manifesta e ainda de forma abrupta, os cuidados prescindem de ações imediatas, visão clínica aguçada e ações de Enfermagem bem planejada. Em momentos, nos deparamos com estruturas mal planejadas, falta de equipamentos adequados, quadro funcional insuficiente, excesso de carga horaria, remuneração discrepante nas diversas regiões do pais, medicamentos protocolados importantes em falta, falta de leitos em UTI especializada!
Cada profissional com demandas diferentes, visto que mesmo exercendo a mesma profissão, as demandadas de cada região são diferentes e divergentes!
Mas o que me fez refletir um pouco mais sobre esse tema é: Estamos preparados para o cuidado do paciente pós-covid?
Não me refiro quanto ao despreparo profissional, mas sim as ações de planejamento tanto nas unidades hospitalares quanto nas estratégias de saúde da família.
Se fizermos uma retrospectiva de cuidados domiciliares de pacientes crônicos acamados, vamos nos deparar com idosos em sua maior parte decorrente de sequelas pós AVC. Com o contexto atual, a demanda mudou e muito, pois a cronicidade já não tem uma faixa etária bem definida, uma vez que no inicio do período pandêmico os idosos foram os mais acometidos e hoje a faixa etária mudou para os mais jovens.
Uma boa parcela destes pacientes evoluem para traqueostomia, dependência de oxigenoterapia domiciliar, cuidados mais especializados para evitar lesão por pressão, auxílio na alimentação por disfagia, enfim, um cuidado bem mais específico em decorrência das sequelas.
Planejar as ações de Enfermagem, criar planos de ações bem definidos e alinhados, dispor de equipes especializadas para o cuidado é a principal alternativa para manter o cuidado com excelência e qualidade dos nossos pacientes.
Uma vez que, estes pacientes estarão em numero maior sobre nossos cuidados e poderão cada dia mais fazer parte das internações hospitalares, ainda não temos um panorama de como serão as sequelas reais pós-COVID!
Diante disso, devemos estar bem preparados para receber essa clientela, nos manter atualizados quanto aos cuidados mais intensivos domiciliares, dispor de programas de planejamentos das ações de Enfermagem em nossa comunidade, treinamento e capacitação de nossas equipes, lutar por condições dignas de trabalho e melhores condições de remuneração!
Afinal de contas, somos nós os responsáveis da assistência e cuidados direto à aqueles que nos tem como referencia de cuidar!